Como todos devem saber os livros da Bíblia foram escritos originalmente em aramaico, hebraico e grego. Assim, quando você lê um texto bíblico em português, indica claramente que se trata de uma tradução.
Neste artigo, explicaremos como é feito a tradução da Bíblia e outras perguntas relacionadas.
Para compreender o processo de tradução é preciso levar em conta duas questões importantes: Os manuscritos de onde é traduzido e a forma de tradução.
Como já foi dito acima, os livros da Bíblia foram escritos em hebraico e aramaico (Antigo Testamento) e grego (Novo Testamento), mas os textos originais não foram preservados e o que existem são cópias, algumas delas mais próximas dos originais e outras nem tanto.
Dada a importância desses livros e a cultura de fazer com que um livro sagrado fosse "circulado" ou conhecido por várias comunidades, era comum fazer cópias manuscritas e distribuir essas cópias para outras igrejas ou comunidades. Assim, muitas foram preservadas e outras não. Há muitas cópias que apenas fragmentos.
É desses manuscritos que os estudiosos comparam uns com os outros e formam assim um livro completo. Segundo a SBB, existem hoje mais de 5000 manuscritos, o que torna a Bíblia o documento antigo mais bem preservado.
A forma de tradução também é um processo importante, pois esses idiomas originais são bem diferentes do nosso português, sem contar que foram escritos em uma cultura muito diferente da nossa e são muito antigos e esta distância de tempo, pode tornar algumas coisas difíceis das mentes modernas compreender.
Assim, a forma de tradução pode ser basicamente duas: A chamada tradução "formal" e a tradução "dinâmica" ou "funcional".
Sobre a diferenças entre essas duas formas de tradução, a SBB - Sociedade Bíblica do Brasil, explica:
Tradução formal:
Respeita a forma do texto original, conservando a ordem das palavras, traduzindo verbos por verbos, substantivos por substantivos e assim por diante. Traduções como Reina-Valera, King James e Almeida são traduções formais. Além de serem formais, tendem para a linguagem erudita, de difícil compreensão para as pessoas mais simples. Pode-se dizer que, num caso assim, o processo de tradução não está de todo concluído, pois solicita uma grande contribuição do leitor.
Tradução dinâmica ou funcional:
Produz uma tradução que soa natural na língua alvo (no nosso caso, o português). Abre mão da “consistência cega”, deixando de traduzir um termo do original sempre pela mesma palavra em português, pois leva em conta o contexto e o significado que a palavra tem em cada contexto. (Esta maleabilidade justifica o uso da expressão “tradução dinâmica”.) Entende que uma mesma mensagem pode ser expressa de diferentes maneiras, sem perda significativa. Procura ser fiel ao leitor, perguntando sempre se ele entende o que texto que tem diante de si.
Não. Como explicado acima, há traduções diferentes que usam metodologias diferentes e certamente algumas poderá agradar mais a uma pessoa do que outra. Mas é importante considerar que são diferenças de tradução.
É verdade que há muitas críticas sobre algumas versões que fazer traduções tendenciosas e por este motivo é sempre bom ler o texto bíblico em mais de uma versão, ou usar aquelas que são reconhecidamente boas traduções.
Eu geralmente gosto de ler e portanto recomendo as seguintes versões:
Minha igreja usa a versão ARC - Almeida Revista e Corrigida, então por este motivo também leio esta versão, especialmente no ambiente do culto, mas prefiro as versões acima citadas;
No vídeo abaixo, você encontrará uma bos explicação sobre as diferenças de traduções.
Houve tradução de trechos da Bíblia para o português que datam mais ou menos 1300 d.C., mas a tradução completa para o português foi feita por João Ferreira Annes de Almeida, publicada em 1681 (Novo Testamento) e 1753 (Bíblia completa). Na verdade João Ferreira de Almeida não traduziu a Bíblia inteira, já que faleceu em 1691, com isso o trabalho que ele estava realizando foi concluído por um colega holandês chamado Jacobus op den Akker.
Existem diversas traduções da Bíblia, cada uma teve um propósito em seu tempo e, portanto, é perigoso afirmar que uma tradução é melhor que outra. Para fazer as traduções, os tradutores empenham anos de trabalho e envolve o conhecimento e uso de história, arqueologia, hermenêutica, teologia, antropologia e muita dedicação.
Basicamente as traduções mais conhecidas e usadas pelos evangélicos são:
A Sociedade Bíblica do Brasil é responsável pelas versões ARA, ARC, NAA e NTLH. Ela é uma organização formada por pastores, teólogos e estudiosos e pessoas de diversas denominações evangélicas no Brasil. Sua sede é na cidade de Barueri na grande São Paulo e ela é também responsável pelo Museu da Bíblia, que visitei e expliquei no post deste link.
Fontes:
https://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/principios-de-traducao/
https://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/a-biblia-em-portugues/